quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

famalicão e camilo 14 olhares

e lá apareceu este livro com 14 olhares sobre famalicão, com camilo como pano de fundo, e encontrei-o debaixo de outros, mas apareceu. até pensei que já não o tinha, este livro único e histórico que foi então apresentando com a vida de saramago a famalicão no ano já ido de 1999, conforme rezam as crónicas noticiosas. e ao começar a folheá-lo, reparei que, ao longo das suas páginas, tinha por lá uns apontamentos da época, assim como alguns sublinhados. desses apontamentos e sublinhados desejo agora fazer a sua crónica. de alexandre cabral escrevo então que temos no seu texto umas "anotações bibliófilas à volta de um possível, que não é, romance de camilo". o equívoco é de alguns camilianistas, que julgaram que o romance "duarte de almeida" era de camilo. com as suas investigações genuínas e únicas, cabral evoca-nos que o respectivo romance é do escritor inácio pizarro. bento da cruz, que nos faz uma incursão de camilo perante a maçonaria, camilo maçónico, pois então, diz-nos logo desde o início que "há homens que ficam para sempre ligados, como sombras tutelares, às terras onde viveram"; e quando passa em Famalicão sente "a sombra gigante de Camilo sobre a cidade, e a voz inconfundível do Mestre" na sua memória. ernesto rodrigues, cujos estudos à volta da imprensa portuguesa muito aprecio, caso concreto, por exemplo, do livro "cultura literária oitocentista", fala-nos do mítico secretário de camilo zé fístula, o mal-tratado, diz-se, pelo menos vasco de carvalho, o historiador autodidacta de famalicão, assim o retrata, por parte de camilo. contudo, rodrigues avança a imortalidade de fístula na ficção camiliana. do célebre escritor mítico que escreveu o livro "a casa do pó", fernando campos, sobre a passionalidade do humano, e a propósito do "amor de perdição" e das emoções, diz-nos que "o choro e o riso são parte da natureza humana, mas a sua manipulação em arte, sobretudo em ambiente de psicologia colectiva..., é discutível quando atinge o exagero ou se arroga tornar-se objecto e fim da obra produzida." esta questão do riso em camilo faz-me lembrar um texto da agustina com o título "riso e castigo em camilo castelo branco" e publicado no catálogo da exposição "camilo/três épocas da vida" (1990) e republicado no livro "camilo, génio e figura" (1994). o texto de hélia correia contém este apontamento inicial: "intimidades, memória, após uma visita à casa-museu. conflitos de leitura, na juventude, entre eça e camilo". josé manuel mendes, a cada passo por vila nova, nem que seja por riba d`ave e, mais tarde, realço a sua colaboração num jornal que já não existe, "a voz de famalicão", evoca a azáfama central famalicense, assim como as suas mutações. vejamos este exemplo: "no meio da vila, o tempo repousara: árvores quietas, comércio, os idosos cavaqueando na praça, fatos escuros e chapéus pelas orelhas. recordo: restaurantes populares, uma loja de ferragens.., uma firma de utilidades domésticas, a pastelaria onde entrámos, a contar tostões, para comer bolos e beber laranjadas. vimos a polícia de trânsito a interceptar um camionista que seguia para a trofa. uma vendedeira de castanhas, dona de bigode bukhento, língua de trapos como só no norte se solta, enxotava um galã que lhe rondava as saias." já lídia jorge, por seu turno, também num texto de memória, fala-nos de um camilo ressuscitado nos seus livros, não na sua casa. gosto desta citação sublinhada: "o papel da escrita é o da criação da irrealidade." e se maria ondina braga nos relata em memória as passagens por famalicão e a visita à casa-museu, relembrando o ensimesmento e o espanto que sempre teve com as leituras de camilo, mário cláudio evoca-nos as más relações de camilo com a vizinhança, e vice-versa, enquanto que natália correia nos faz lembrar o flirt amoroso de camilo por maria da felicidade do couto brown, e, finalmente, urbano tavares rodrigues realça a sua descoberta por famalicão através das leituras de camilo, aquela interioridade minhota de camilo e não a exterioridade de antónio da costa.



  • Alexandre Cabral - "Nótulas Camilianas", pp. 13-18.
  • Bento da Cruz - "Famalicão, Camilo e a Maçonaria", pp. 21-33.
  • Ernesto Rodrigues - "Zé Fístula", pp. 37-39.
  • Fernando Campos - "Camilo e "O Marquês de Torres Novas", pp. 43-51.
  • Hélia Correia - "Intimidades", pp. 55-58.
  • José Jorge Letria - "Camilo em Ceide: o adeus às almas", pp. 61-62.
  • José Manuel Mendes - "O Sopro do Lugar", pp. 65-69.
  • José Viale Moutinho - "Um Fantasma em Seide", p. 73.
  • Lídia Jorge - "Geografia e Irrealidade", pp. 77-79.
  • Luiz Francisco Rebello - "O Norte no Teatro de Camilo", pp. 83-85
  • Maria Ondina Braga - "Sombras", pp. 89-91.
  • Mário Cláudio - "O Negativo da Sombra", pp. 95-96.
  • Natália Correia - "Um Amor Quase Fatal de Camilo", pp. 99-104.
  • Urbano Tavares Rodrigues - "Famalicão - Espaço Camiliano", pp. 107-108.





Opinião Pública. V. N. de Famalicão (5 Mar. 1999), p. 3.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

famalicão 1925

para o dr. sá da costa, este ano fabuloso de 1925, com um abraço fraternal de amizade
  • 1925 é um ano mágico para Famalicão por vários motivos: pela eleição presidencial de Bernardino Machado, famalicense e carioca, o segundo mandato (a entrevista que mais abaixo reproduzo, do "Diário de Lisboa", do dia 12 de Dezembro de 1925, pode ser encontrada na biblioteca digital da Fundação Mário Soares, que aqui incluo), a nomeação, uma vez mais, do luso-brasileiro famalicense Nuno Simões na pasta do Ministério do Comércio e das Comunicações e, indiscutivelmente, pelas comemorações do Centenário de Nascimento de Camilo por terras de Vila Nova. O jornal famalicense "Estrela do Minho" dá destaque ao acontecimento, com colaborações notáveis, caso de Alberto Pimentel, do primeiro director da Casa-Museu de Camilo, José de Azevedo e Menezes, e do então director Sousa Fernandes, Vila-Moura, Nuno Catarino Cardoso, Rocha Martins, entre outros. Reproduzo o programa dos festejos, simbólico e social, que incluía uma conferência de António Cabral sobre a vida e a obra de Camilo. Um dia destes reproduzirei alguns textos aqui neste blog, nomeadamente o de Alberto Pimentel com o título "Camilo e Famalicão" e "Centenário de Camilo: as nossas festas", do mesmo jornal famalicense e publicado em 22 de Março. Estes textos, entre outros, fazem parte de um projecto denominado "Bibliografia Camiliana pela Imprensa Famalicense". Entretanto, em 1925, Famalicão iria encontrar alguns conservadores republicanos como membros efectivos do Partido Republicano Radical, caso de António Maria Pereira e José Casimiro da Silva. Um dia destes, falaremos destas personalidades por estas bandas.



  • Júlio Brandão - "Bustos e Medalhas"




  • Alberto Veloso de Araújo - "Camilo em S. Miguel de Seide"

  • Raquel Castelo Branco - "Trinta Anos em Seide"

  • Flora Castelo Branco - "Outonais"

  • Alberto Veloso de Araújo efectua uma conferência no Instituto Histórico de Viana do Castelo com o título "Os Amores de Camilo"




  • Bernardino Machado começa a colaborar no jornal portuense "O Primeiro de Janeiro".
  • Bernardino Machado é eleito Presidente da República





  • Nuno Simões é nomeado, pela terceira vez, Ministro do Comércio e das Comunicações, do Ministério de Domingos Pereira.


    É inaugurado o monumento a Camilo Castelo Branco, no dia 16 de Março, no Jardim dos Paços do Concelho.

PROGRAMA DOS FESTEJOS

Às 10horas - Romagem a S. Miguel de Seide, para depôr flores sobre a banca de trabalho de Camilo.
Às 15horas - Cortejo cívico, desde as imediações da estação do caminho-de-ferro até à Praça da República, cuja organização é a seguinte:
Piquete de Cavalaria
Banda de Infantaria S.
1 - Alunos das escolas primárias e professores.
2 - Representantes dos liceus e escolas.
3 - Grupos desportivos.
4 - Juntas de freguesia.
Banda de música.
5 - Bombeiros Voluntários.
6 - Associações Operárias.
7 - Porprietários, agricultores e sindicatos agrícolas.
8 - Associações Comercial e Industrial e dos Empregados do Comércio.
9 - Funcionários Públicos.
10 - Academia.
11 - Imprensa.
12 - Clero.
13 - Câmara Municipal, comandante da divisão, governador civil, juiz, delegado, conservador, etc.
14 - Convidados do Porto.
Banda de música.


às 16horas - Descerramento do monumento a Camilo, erigido por iniciativa de O Comércio do Porto, com o concurso da Câmara Municipal de Famalicão.
às 21horas - Sarau de gala, promovido pela Associação dos Empregados no Comércio, em que discursará o sr. dr. António Cabral sobre a Vida e a Obra de Camilo.


  • Programa que se encontra publicado no jornal famalicense "Estrela do Minho", Ano 29, n.º 1533 (16 Mar. 1925), p. 4. Neste número temos os seguintes textos e colaboradores: Alberto Pimentel - "Camilo e Famalicão"; Rocha Martins - "Camilo"; Nuno Catarino Cardoso - "Algumas Palavras sobre Camilo"; Sousa Fernandes - "Camilo na Polémica"; José de Azevedo e Menezes - "Camilo e a Melodia do Fado"; Constâncio de Carvalho - "Os Dois Monumentos"; João Paulo Freire - "A Propósito do 1.º Centenário de Camilo"; Bento Carqueja - "Camilo, Compadecido"; Visconde de Vila-Moura - "Qual o Melhor Livro Acerca de Camilo?"; Mécia Mouzinho de Albuquerque - "Soneto"; João Grave - "O Solitário de Seide".


  • O jornal portuense "O Primeiro de Janeiro" dedica um número especial ao Centenário de Nascimento de Camilo Castelo Branco




  • O jornal portuense "O Primeiro de Janeiro" promove uma ampla reportagem sobre Vila Nova de Famalicão. Título geral: "No Coração do Minho. V. N. de Famalicão: as indústrias e o comércio de Famalicão". Artigos: Sebastião de Carvalho - "Camilo e Fanny"; Viriato de Almeida - "Numa Faina dos Campos"; Veloso de Araújo - "Esboço Histórico de V. N. de Famalicão"; "A Obra da Vereação Actual"; Viriato de Almeida - "A Laboriosa Região de Joane: um centro fabril sem serviço de correio"; Viriato de Almeida - "Riba d`Ave e Narciso Ferreira"; Alfredo Costa - "A Agricultura do Concelho de Famalicão".
  • O jornal "A Tarde", em Setembro, dedica uma página a V. N. de Famalicão. Título geral: "Vila Nova de Famalicão. A sua paisagem deliciosa, o seu notável comércio e a amabilidade hospitaleira dos seus habitantes, tornam-na numa aprazível terra de veraneio".
  • É publicado em Landim o jornal "O Guia do Agricultor". Foi director desta folha agrícola Abílio Gomes F. da Costa e secretário de redacção Augusto Padrão. Tinha o seguinte subtítulo: "boletim trimestral de agricultura prática e conhecimentos úteis". Impresso na Tipografia Minerva, tinha como editor António Maria Pereira e administrador José Casimiro da Silva. De periodicidade semanal, o seu último número é de 18 de Novembro de 1925.
  • É publicado o jornal "O Minhoto", com o subtítulo "semanário do Partido Republicano Radical". O seu director foi Joaquim de Carvalho, secretário de redacção António Maria Pereira e o seu administrador foi José Casimiro da Silva. De peridocidade semanal, o seu último número é de 18 de Novembro de 1925.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

silva mendes, o republicaneiro famalicense

Para o Dr. Manuel Sá Marques, que em 2008 teve a amabilidade de me oferecer a 1.ª edição do "Socialismo Libertário ou Anarquismo" de Manuel da Silva Mendes, estas breves reflexões. Abraço fraternal de amizade.


MENDES, Manuel da Silva (S. Miguel das Aves, 23/10/1867; Macau, 31/12/1931)
Filósofo, político e pedagogo famalicense. Quando nasceu na freguesia de S. Miguel das Aves, hoje concelho de Santo Tirso, esta freguesia pertencia ao concelho de V. N. de Famalicão. Realça-se, indiscutivelmente, no plano filosófico, o divulgador das ideias do socialismo libertário ou anarquismo nos finais do século XIX com a obra "Socialismo Libertário ou Anarquismo: história e doutrina". Tirou o curso de direito na Universidade de Coimbra, terminando o mesmo em 1895, casando nesta mesma cidade com Helena Berta Augusta Danke no dia 6 de Abril de 1901, preceptora dos filhos de Bernardino Machado. exerceu a advocacia em V. N. de Famalicão e, nesta fase, publica em 1896 "Reflexões Jurídicas: acção de processo ordinário: contrato de empreitada".





Considerado pelos seus inimigos políticos famalicenses como sendo o mais "ateu", o mais "anarquista", o mais "vermelho" dos republicanos de V. N. de Famalicão (tal como ele nos conta no seu texto de memória "Macau: impressões e recordações", com uma edição de 1979 e republicado na "Antologia dos Autores Famalicenses", em 1998), enquanto que nas suas palavras se cognomina de "republicaneiro" do que propriamente um "republicano", o seu livro "Socialismo Libertário ou Anarquismo" (1896) foi considerado por Sampaio Bruno como um "livro notável", ou, ainda, mais recentemente, como é o caso de João Freire (que prefacia a reedição facsimilada da obra em 2006), "a obra de Silva Mendes tem uma informação e um tratamento mais alargado no plano histórico e ideológico" relativamente ao livro de Eltzbacher com o título "As Doutrinas Anarquistas" (1908), aproximando-se do socialismo utópico quando afirma que "é uma utopia formidável ou uma fatalidade social" ou então, "nem defende, nem aconselha, nem aplaude, nem provoca, expõe. E quem pretende simplesmente expôr, fica bem atrás da tela." O que poderia ser então uma defesa à lei de 13 de Fevereiro de 1896 contra qualquer actividade anarquista, ameaçando os seus autores com a deportação. Ao longo do livro, Silva Mendes simpatiza-se com Fourier e Bakounine, elogia Proudhon e mantém com Marx uma postura de recusa e de aproximação, clarificando o ideal do anarquismo individualista. Nesta perspectiva, não será em vão que traduz em 1898 o poema de Schiller "Guilherme Tell", personagem em que revê o individualismo anárquico-metafísico.





No plano cívico-social, em V. N. de Famalicão, chegou a ser presidente da direcção da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de V. N. de Famalicão (1898), dinamizando a banda musical; participa activamente nas campanhas do Partido Republicano em V. N. de Famalicão e colabora na imprensa famalicense, nomeadamente em "O Porvir", "O Minho" e em o "Regenerador". É amigo dos principais elementos do Partido Regenerador, caso de Santos Viegas, ou Barão de Trovisqueira, publicando-lhes elogios públicos. Foi leccionar para o Liceu de Macau (através da influ~encia de Santos Viegas) em 1901, no qual exerceu o cargo de Reitor-Interino por duas vezes (1904-1907 e 1909-1914), leccionando português e latim, tendo como colegas de docência Camilo Pessanha e Wenceslau de Morais. Para além da docência, exerceu a advocacia, tendo sido juiz de direito e procurador da república. Para além deste âmbito, teve uma actividade cívico-social e político-cultural de destaque, chegando a ser presidente do Leal Senado e administrador do concelho, é conhecido como reputado sinólogo, tendo sido um coleccionador notável da arte chinesa. Aliás, convém salientar, senão mesmo destacar, que o Museu Luís de Camões em Macau foi constituído com base no seu espólio particular, o qual foi então adquirido pelo estado português. Como tal, foram postumamente publicados os seus estudos "Barros de Kuang Tung" (1967) e "Arte Chinesa" (1983.










Manteve uma colaboração notável na imprensa macaense, nomeadamente "Vida Nova", "O Macaense", "O Progresso", "A Pátria", "O Jornal de Macau", "A Voz de Macau", assim como também nas revistas "Oriente" e "Revista de Macau". A sua colaboração na imprensa macaense foi reunida em sete volumes por Luís Gonzaga Gomes: "Colectânea de Artigos" (1949-1950) e "Nova Colectânea de Artigos" (1963-1964).







Em alguns autores existe a teorização de que não há continuidade no pensamento de Silva Mendes após a sua ida para Macau. Antes pelo contrário: a radicalização do indivudalismo ético-social do socialismo utópico (a liberdade natural) vai encontrá-la na filosofia oriental, mais propriamente no taoísmo. Esta ideia pode ser detectada em textos como "Lao-Tzé e a sua Doutrina segundo o Tao-te-King" (1930), ou mais recentemente "Sobre Filosofia", uma edição organizada por António Aresta, com uma introdução do mesmo. Os seus "Excertos de Filosofia Tao+ista" (1930) surgiram em anexo no livro "Meditações Orientais" (2004), uma colectânea de textos de Confúcio e de Lao-Tzé, numa organização de Loureiro Neves. No campo pedagógico, pressupões Silva Mendes uma reorganização do ensino em Macau, tal como demonstram os textos seleccionados no livro "Instrução Pública em Macau" (1996), numa organização e com uma introdução de Aresta.







BIBLIOGRAFIA
Amadeu Gonçalves - Manuel da Silva Mendes: com Vila Nova de Famalicão e em Macau: entre o anarquismo e a filosofia oriental, V. N. de Famalicão, 2009; Antologia de Autores Famalicenses, V. N. de Famalicão, 1998; António Aresta - Manuel da Silva Mendes e a Poética do Taoísmo, 1990; Manuel da Silva Mendes: historiador do socialismo libertário, 1990; António Pedro Mesquita - Republicanos e Socialistas, 2002; Biografia de Autores Famalicenses, V. N. de Famalicão, 1998; Carlos Miguel Botão Alves - Silva Mendes e o Taoísmo, 1991; Isabel Nunes - Museu Luís de Camões: a sua criação, 1991; Manuel Teixeira - Liceu de Macau, 1986; Pedro da Silveira - Silva Mendes: notícias biobliográficas, 196; Sampaio Bruno -
O Brasil Mental, 1997; Vasco César de Carvalho - Aspectos de Vila Nova: A Justiça, V. N. de Famalicão, 2005; Victor de Sá, Um Anarquista Famalicense em 1896, 2005.


do projecto em curso
"Dicionário de Escritores Famalicenses: século XVIII a XX"
por Amadeu Gonçalves

camilo e o minho de manuel simões









domingo, 26 de dezembro de 2010

júlio brandão (1869-1947)


De nome completo Júlio de Sousa Brandão (Vila Nova de Famalicão, 09/08/1869; Porto, 10/04/1947), o seu anscimento esteve envolvido em algum mistério. A família em 1874 fixa residência no Porto, na medida em que o pai, Aires Pinto de Sousa, funcionário da CP, aí seria colocado. Será na cidade portuense que Júlio Brandão desenvolverá toda a sua actividade profissional e literária. Profissionalmente, destaca-se a nomeação (1 de Novembro de 1894) do cargo de professor na Escola do Infante D. Henrique. A sua actividade de pedagogo revela-a nos três livros que publicaria à volta da didáctica literária: "Leituras Portuguesas" (1907), "Livro de Leitura para as Classes I e II: ensino secundário" (1928) e "Livro de Leitura para a 4.ª Classe" (s. d.). Em 1919 é nomeado para o cargo de Director do Museu Municipal do Porto, cargo que ficaria até 1939, ano em que se aposentaria. Tal cargo valeu-lhe uma polémica com Pedro Vitorino, a propósito da actividade desenvolvida por Brandão no mesmo Museu (hoje Soares dos Reis). Nesta sua actividade, evidencia as suas preocupações estéticas, nomeadamente com "Os Melhores Quadros do Museu Municipal do Porto" (1927), "Pintor Roquemont" (1929) e "Miniaturistas Portugueses" (1933). Na actividade literária, está patente o poeta, o ficcionista (conto e teatro), o memorialista e o jornalista. Na fase de maturação poética, inscreve-se na corrente estética do Nefelibatismo, corrente literária da última década do século XIX, manifestando-se com o "Livro de Aglais" (1892), o que lhe valeu uma carta-prefácio de Guerra Junqueiro. Toma parte na redacção ao lado de Raul Brandão e de Justino de Montalvão do manifesto "Os Nefelibatas" (1892) - tal como nos diz Júlio Brandão, eles eram "autenticamente macabros". Com Raul Brandão (apelido que de familiar nada tem), tece uma mútua colaboração, nomeadamente no conto (principalmente na "Revista Ilustrada", 1891-1892), na hagiografia ("Vida de Santos", 1891) e no teatro, com a peça "A Noite de Natal", tendo sido representada no Teatro D. Maria em 1899 e cujo texto só seria publicado em 1981. Paralelamente, colara nas revistas simbolistas "Intermezzo" (1891) e "Boémios" (1899), assim como em "Um Feixe de Plumas" (1890). Enquanto contista, irá estrear-se com "Farmácia Pires", cujo conto foi publicado inicialmente na "Revista de Portugal" (1892) dirigida por Eça de Queirós e mais tarde publicado em livro (1896), integrando-se na estética literária do naturalismo. No jornalismo, fundaria Júlio Brandão o jornal "Correio da Manhã" (1899), publicaod em Lisboa, tendo sido o redactor e o editor. Com Álvaro de Castelões publicou e dirigiu, entre 1929 a 1933, a "Revista Internacional O Soneto Neo-Latino", editada em Vila Nova de Famalicão. Aliás, Brandão sempre manteve com a terra natal uma relação afectuosa e literária: afectuosa, porque aí passava as suas férias, como igualmente colaborou na imprensa famalicense, caso das revistas literárias "A Alvorada" e a "Nova Alvorada", mas também no jornal "Estrela do Minho". Manteve sempre com a imprensa uma assídua colaboração, sendo vários os títulos, destacando-se, inquestionavelmente, o jornal portuense "O Primeiro de Janeiro" entre 1920 a 1947 na divulgação da cultura portuguesa. Neste âmbito, publicaria "Garrett e as Cartas de Amor" (1913), colabora no "In Memoriam" de Eça de de Queirós (1922), efectua um prólogo às "Cartas de Camilo a Eduardo da Costa Santos" e prefacia o livro "Camilo e Cipriano Jardim" (1937), entre outros estudos. Se hoje em dia se destaca o memorialista ("Bustos e Medalhas", 1925; "Poetas e Prosadores", 1928; "Galeria das Sombras", 1935 e "Desfolhar dos Crisântemos", 1945, livros que reúnem os textos que então ía publicando no jornal "O Primeiro de Janeiro"), revela-se igualmente o poeta (com influências simbolistas de Heinrich Heine, pelas reminiscências filosóficas de Antero de Quental, pelo misticismo profético de Guerra Junqueiro, ou pelo intimismo popular e saudosista de António Nobre), encontrando-se traduzido para sueco por Goran Bjorkmann, para italiano por G. Cellini, assim como para catalão (conto e poesia) por Ribera I. Rovira. Manteve uma polémica literária com Teixeira de Pascoaes, a qual se iniciaria num inquérito literário promovido em 1912 por Boavida Portugal. Na política, sabemos que em em 1915 Ribeiro de Castro convida-o para integrar no seu ministério, declinando o convite; e em 1919 o seu nome é sugerido, ao lado de Álvaro de Castelões, para ser nomeado para a Comissão da Junta Patriótica do Norte, no Porto. Teve as seguintes nomeações: em 1898, Sócio Correspondente da Academia Nacional de Belas-Artes e do Instituto de Coimbra e, em 1909, da Academia de Ciências de Lisboa. A sua actividade e personalidade literária foi alvo de várias homenagens promovidas pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão: 1950 (em parceria com a Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto), tendo sido inaugurada a glorieta, cuja foto aqui se apresenta; 1969, comemorações do centenário de nascimento; 1992, centenário da publicação "O Livro de Aglais" e, em 2005 "Gentes da Terra Famalicão-Ciclo de Conferências". No outro blog, tenho dado destaque a Júlio Brandão. http://litfil.blogspot.com

BIBLIOGRAFIA
Alfredo de Magalhães - Júlio Brandão, 1950; Amadeu Gonçalves - A Minha Homenagem a Júlio Brandão (1869-1947), V. N. de Famalicão, 2009; Antologia de Autores Famalicenses, 1998; António Manuel Couto Viana - As (e)vocações literárias: estudos e memórias, 1980; Uma Aproximação aos Autores Famalicenses: catálogo da exposição, V. N. de Famalicão, 1998; Biografias: autores famalicenses, V. N. de Famalicão, 1998; Benjamim Salgado - Júlio Brandão e a sua Obra, V. N. de Famalicão, 1969; Fernando Guimarães - Poética do Simbolismo em Portugal, 1990; Isabel Pires de Lima - Trajectos: o Porto na memória naturalista, 1989; José Carlos Seabra Pereira - Decadentismo e Simbolismo na Poesia Portuguesa, 1975; Raul Brandão e Júlio Brandão na Renovação Literária dos Fins do Século XIX, 1981; A Obra Neo-Romântica de Júlio Brandão, 1981; Júlio Brandão, Troveiro e Nefelibata, 2006; José Casimiro da Silva - Júlio Brandão, Criador de Beleza, V. N. de Famalicão, 1959; Maria Adelaide Valente - A Harpa de Cristal: emsaio sobre Júlio Brandão, 2000; Odete Paiva - Teias de um Nascimento, V. N. de Famalicão, 2008; Vasco César de Carvalho - Na Morte de Júlio Brandão, V. N. de Famalicão, 1949; Xesús Alonso Montero - Soneto Neo-Latino, V. N. de Famalicão, 1996.
Projecto em curso
"Dicionário de Escritores Famalicenses: século XVIII a XX".
Por Amadeu Gonçalves

sábado, 25 de dezembro de 2010

serafim silva (1874-1960)



Numa altura do ano em que o circo evidencia todas as suas virtualidades do espectáculo, apesar de, confesso, nunca ter sido um grande admirador desta actividade distractiva, nada melhor do que (re)lembrar um dos maiores artistas circenses de famalicão, de nome completo Serafim José Pereira da Silva (Esmeriz, V. N. de Famalicão, 05/04/1874; Paris, 16/06/1960). Dele se destaca o poder de equilíbrio, a acrobacia e a força. Mais conhecido por "Serafim de Esmeriz" por por "Serafim das Forças", o que dos seus sucessos sabemos encontram-se principalmente na imprensa e, mais concretamente, na famalicense, especialzmente no jornal "Estrela do Minho". Encontramos também referências na imprensa nacional, caso de "O Primeiro de Janeiro", assim como igualmente na internacional, caso do jornal francês "Petit Parisien", precisamente no ano em que abandonou a carreira, a qual se iniciou por volta dos 18 anos, trabalhando então na panificação, tendo o nome artístico de "Hércules". O "Estrela da Manhã", de 26 de Julho de 1960, conta-nos como Serafim Silva iniciou a sua carreira: "Aos 18 anos, no Palácio de Cristal, viu uns artistas vergar uma barra de ferro. Saltou ao palco e fez o mesmo! / Idêntica façanha fez com os pesos e os alteres e os artistas ficaram perplexos e queriam a todo o custo «atrelá-lo» à companhia... / Os companheiros do humilde moço-padeiro orgulharam-se da sua prodigiosa força e animaram-no a fazer carreira." Segundo uma fonte manuscrita existente na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, um inquérito realizado por Vasco de Carvalho (um dia destes dele falaremo aqui), sabemos que a sua carreira teve início no Circo Cardinal. Ele próprio, numa entrevista que concedeu a José Casimiro da Silva (outra figura a lembrar), e publicada no "Estrela da Manhã" em 20 de Novembro de 1955, uma questão que então surgiu foi o início da vida artística de Serafim da Silva, à qual respondeu da seguinte forma: "Era padeiro e ganhava uma libra por mês. No Palácio de Cristal exibia-se um dia o célebre Max e eu fui vê-lo. O sujeito fazia maravilhas com os pesos e alteres, mas o que mais me surpreendia era aquela marretada que lhe davam sobre uma grande pedra que lhe colocavam sobre o peito ou o murro que dava noutro e partia em duas! Atrevidamente saltei ao redondel e torci, como ele, as barras de ferro, e se não sou lesto tinha apanhado com uma vara de aço pelo lombo, pois o Max ficou furioso! Mas pude trazer ainda uma facção de pedra partida. / Chamei o meu camarada da padaria e pedi-lhe que pusesse sobre o meu peito um enorme calhau. Aquilo é facílimo e não presta para nada. Quanto maior for o pedregulho mais fácil é a... habilidade! Mais difícil é partir a fracção da pedra com um murro, mas partia, o que talvez o Max o não fizesse. Mas rebentei a mão e fiquei com ela a sangrar! Depois em face das minhas habilidades e força vieram contratar-me a troco de uma libra por semana... / Foi assim o início da minha carreira, para a qual a «Boa Reguladora» colaborou, fazendo-me as «engenhocas» necessárias aos vários números que eu criei." Será, igualmente, o "Jornal de Famalicão" que indicará, no ano do seu falecimento, ocorrido em Paris, vivendo então na Avenue des Platannes, Blanc-Mesnil, Seine-et-Oise, como tudo começou, no In Memoriam que então lhe dedica: "Moço e valente, sem contudo ser turbulento, um dia estava na feira desta vila quando uma junta de bois que puvaxa a um carro, se espantou, e pôs o povo em debandada. / Em dado momento surge, resoluto, um rapaz, espadaúdo, bronzeado, que pondo-se na frente do gado espavorido, lança-se à cabeçalha e domina-a inteiramente. / O povo junta-se. Comenta o feito de Serafim. Todos os olhos se quedam naquele rapaz simples de maneiras que tem nos olhos lampejo de coragem e destreza. Daí em diante todos lhe começam a chamar-lhe o «Serafim das Forças». E era realmente; valentem, decidido, arrojado, de rara temeridade. E assim começou a fazer sortes. Um dia, num circo ambulante, um artista desafiou qualquer espectador que quisesse levantar os alteres: / - Viva o Serafim! O Serafim das forças! - reclamou o povo. / Serafim Silva saiu à pista e fez a sorte com mais habilidade que o artista. Aplausos! / Palmas! E tudo isto havia de concorrer para o seu futuro - para a vida de Circo. / Foi no velho palácio de Cristal que fez a sua estreia. E daí em diante, « «Hércules S. S.» entrava triunfalmente na vida circense." Se esta nossa primeira abordagem destaca a característica física, será uma fonte oral (Eduardo Carneiro) que irá destacar o equilíbrio, o qual fazia na Quinta dos Casais em Esmeriz: colocava um arame esticado de árvore a árvore e andava em cima dele, evidenciando a sua habilidade. Neste sentido, já o "Estrela do Minho", em 1900, destaca "a brilhante carreira de trabalhos de força e de equilíbrio", encontrando-se em Espanha (Gijon) e no ano seguinte a sua carreira acrobática e a 25 de Março do mesmo ano refere-se ao sucesso que tem alcançado no Porto, trabalhando no Teatro Águia de Ouro. O mesmo jornal, em 1904, revela-nos que se encontra a trabalhar em Nova Iorque, com os seus sobrinhos, notabilizando-se nos trabalhos de equilíbrio, destacando o número então atractivo denominado "O Bombeiro Português", o qual era executado sobre escada livre, difícilimo e muito complicado." Para além deste número, que então ficaria famoso, temos o conhecimento de um outro, conforme nos evoca o "Estrela do Minho" em 1915, denominado "Velódromo Aéreo". No mesmo ano, sabemos pela mesma fonte, que esteve no Egipto; e, no ano anterior, supõe-se a sua prisão na fronteira alemã: assim nos noticia e faz eco em 27 de Setembro de 1914: "Correu por aí que estava preso na fronteira alemã o nosso patrício Serafim Silva, o já célebre artista equilibrista... / Felizmente o nosso amigo está na sua casa de Paris, de onde acaba de escrever-nos, ali está e dando ao Governo francês o seu automóvel para serviço militar, igualmente se oferecendo para o guiar e como bom latino, presta com entusiasmo os seus serviços em favor da causa da civilização contra a autocracia militarusra e brutal do Kaiser." Segundo o já referido inquérito realizado por Vasco de Carvalho, Serafim Silva apresentou espectáculos em V. N. de Famalicão no Teatro Progresso, o qual se situava na estrada de Guimarães, e no Cinema Olímpia. O primeiro país em que terá trabalhado terá sido a França (Paris), no Folies Berger. Também actuaria na mesma cidade no Cirque D`Hiver, segundo informação de Abel de Melo e Costa, comentando os seus "prodígios realizados tornaram-no na maior atracção circense da «Cidade da Luz» após a I Grande Guerra." O segundo país foi na Alemanha (Lepizig, Palace Theatre), depois Witergarten e Berlim. O terceiro país onde apresentou os seus espectáculos foi na Áustria e a segui na Suíça e em 1904 partiu por 21 semanas para a América do Norte, começando em Nova Iorque; mas antes disso já tinha passado por Espanha, Argentina (Buenos Aires), Uruguai (Montevideu), Brasil (Rio de Janeiro, S. Paulo, Santos). Regressando a Lisboa, partiria de novo para Inglaterra. O encontro entre Vasco de Carvalho e Serafim Silva é assim contado por Casimiro da Silva: "Entrou nesta altura Vasco de Carvalho que pediu ao grande artista uma entrevista na sua casa de Esmeriz. Estava cheio de admirar o Serafim Silva, mas não se recordava já das suas feições. Por isso deu um salto e os óculos quase lhe caíam, quando me perguntou: mas este é que é o «Serafim das Forças»? E deram-se um grande abraço. / Escusado será dizer que Serafim Silva ouviu durante uma hora, com aprazimento para ambos, o longo questionário de Vasco de Carvalho que vai encontrar no grande internacional artista famalicense precioso filão que saberá explorar para bem dos arquivos famalicenses."
Bibliografia
Abel de Melo e Costa - Crónicas do Café do Júlio. V. N. de Famalicão, 1992; Eduardo Manuel Santos Carneiro - "Actividades Sócio-Culturais, Comerciais e Personalidades de Vila Nova de Famalicão no Início do Século XX". In Boletim Cultural. V. N. de Famalicão, n.º 14 (1990), pp. 111-138.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

a bíblia de famalicão


  • Arq. Armindo Costa, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão - A Dimensão Histórica de Famalicão.
  • José Viriato Capela - História de Vila Nova de Famalicão - Introdução
  • Armando Coelho F. da Silva - Vila Nova de Famalicão - Do Neolítico à Romanização
  • José Marques - A Terra de Vermoim na Idade Média
  • Joel Silva Ferreira Mata - O Foral de 1205 Outorgado a Vila Nova de Famalicão - início de um percurso medieval
  • Jorge Bruno Coelho Mota - O Românico eVila Nova de Famalicão - religiosidade e arte
  • José Viriato Capela - O Julgado de Vermoim no Antigo Regime - marcas da sua individualidade adentro do concelho de Barcelos
  • Maria de Fátima Castro - O Couto de Landim - notas sobre a sua origem
  • A. Martins Vieira, Alda P. Martins Vieira - Património Artístico-Relgioso - Séc. XVI-XIX
  • Odete Paiva - Famílias Monoparentais e Abandono de Crianças em V. N. de Famalicão nos Séc. XVIII-XIX
  • José Viriato Capela . V. N. de Famalicão - Primeiro Município do Liberalismo: Famalicão em luta pela criação do concelho
  • José Viriato Capela - V. N. de Famalicão - Primeiro Município do Liberalismo: as primeiras câmaras e o exercício do poder municipal (1834-1846)
  • António Joaquim Pinto da Silva - A Consolidação do Município - 1850-1910
  • Norberto Ferreira da Cunha - A I República em Vila Nova de Famalicão - 1910-1926
  • Justino Magalhães - Vila Nova de Famalicão entre a Revolução Liberal e a Primeira República - cultura, alfabetização/Escolarização, sociedade
  • Jorge Fernandes Alves - A Indústria em Vila Nova de Famalicão - uma perspectiva histórica
  • Artur Sá da Costa - A Revolução do 25 de Abril nas Autarquias Famalicenses - concelho de Vila Nova de Famalicão

pedro duarte


Cidade Hoje (23 Dez. 2010), p. 10

prémio do conto




Cidade Hoje (23 Dez. 2010), p. 3





Opinião Pública (22 Dez. 2010), p. 23

camilo, bernardino, alberto...

do espólio de bernardino machado da biblioteca digital da fundação mário soares



terça-feira, 21 de dezembro de 2010

cultura


Nada melhor do que ter terminado este conjunto de recortes de imprensa do final do ano que seleccionei sobre a actividade cultural de Famalicão, entre projectos anunciados e outros concretizados, com a entrevista a Artur Sá da Costa, o qual tem o sonho de ver o Museu do Surrealismo a liderar as artes e o Centro de Estudos de Camilianos que esteja na vanguarda da literatura. Desde os Encontros de Outono de 2010, com a temática "A I República nos Municípios Portugueses", saindo, em termos conclusivos do congresso, as virtudes e os defeitos da República, a aposta da rota do Património Industrial do Vale do Ave perante a Capital Europeira da Cultura-Guimarães, 2012, a potencialização económica da cultura, tal como na Europa acontece, como fonte de rendimento para os estados-membros, as caricaturas de Loredano Cássio no Centro de Estudos Camilianos, exposição de caricaturas de escritores e de filósofos, a apresentação do livro de poesia "Momentos Inutilmente São", de Pedro Duarte, assim como o do P. Manuel Magalhães sobre a história de Requião, estando aqui uma vez mais em foco a historiografia local, ou a realização do seminário internacional sobre arqueologia, prova, uma vez mais, que tais actividades culturais não têm fronteira. Este blog, aos poucos, vai caminhando...

artur sá da costa




encontros outono 2010


património industrial



Opinião Pública (8 Dez. 2010), p. 10

Cidade Hoje (2 Dez. 2010), p. 14


associ`arte 2010

Cidade Hoje (9 Dez. 2010), p. 11




Opinião Pública (8 Dez. 2010), p. 18

loredano cássio

Opinião Pública (8 Dez. 2010), p. 18.










arqueologia



Cidade Hoje (18 Nov. 2010), p. 11.

p. manuel magalhães